segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Impasse entre pastores termina em realização de culto na calçada

Decisão judicial manteve prédio com portas fechadas na quinta-feira à noite.
Ana Paula Feyh/Da Redação

Novo Hamburgo - Devido a uma decisão judicial, um culto foi realizado de forma diferente na quinta-feira à noite. O pastor da Igreja Batista Filadélfia, no bairro Paulista, em Campo Bom, Neri Makewitz, no entanto, não se deixou abalar com as portas fechadas e conduziu o culto na calçada mesmo, em frente à igreja. Em torno de 50 fiéis o acompanharam durante a celebração. A decisão judicial foi dada porque o ex-pastor da igreja, Sérgio Roberto Camargo, ganhou uma liminar de reintegração de posse do prédio e trocou as fechaduras do local. Ele quer voltar a assumir a presidência e a ser o pastor responsável pelo templo.

Conforme Camargo, o templo foi fechado por precaução. "Estive conversando com a direção geral do Estado da Convenção Batista Nacional (CBN) e pensamos que o culto de quinta-feira poderia dar tumulto. Aos poucos vamos analisando e fazendo o que é melhor para a comunidade", aponta ele, que foi pastor da comunidade por 14 anos. Segundo Camargo, o pastor tem que ser um dos líderes da CBN, e Makewitz, que é pastor na unidade do bairro Paulista desde 2007, não é.

Mas Makewitztem outro ponto de vista. "Ele não podia ter feito isso, pois o templo é da comunidade. O acesso ao culto deveria ser protegido pela lei. E no estatuto da comunidade diz que o pastor deve ser escolhido pela comunidade em assembleia geral." Para Makewitz, o que está em jogo é o patrimônio. "Ele quer dissolver a comunidade aos poucos e ficar com o prédio", acrescenta ele, ressaltando que uma parte da decisão judicial não está sendo cumprida. "O acesso ao templo não pode ser impedido. A comunidade tem 28 anos e foi construída com o dízimo das pessoas".

Conforme o presidente da CBN no Estado, Jone de Oliveira, a situação não deve necessitar a intervenção da convenção, já que está na Justiça. "O que sei é que o Makewitz foi excluído da Ordem dos Ministros Batistas Nacionais (Ormiban) por má conduta", conta o presidente.

O museólogo Gilmar de Oliveira, 36 anos, que frequenta a comunidade há dois anos e meio, conta que ficou surpreso com a situação. "Nunca vi essa pessoa aqui e esse ato é contrário aos princípios que pregamos. Para mim é um desrespeito, uma desordem", diz Oliveira.

Ambos pastores disseram que vão conduzir os cultos de domingo pela manhã e à noite. Makewitz afirmou que irá conduzi-lo dentro ou fora da igreja.


post original:http://www.diariodecanoas.com.br/site/noticias/geral,canal-8,ed-60,ct-609,cd-238708.htm

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