quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Campinas acorda sem prefeito

Ontem deitei com o discurso do Senhor Demétrio Vilagra, dizendo que "Nada há contra mim" e que a "Comissão Processante é uma peça de ficçāo". Será que seus advogados erraram na defesa e desgostaram aos vereadores? Depois de repetidas vezes, eu me cansei e fui dormir com a sensaçāo de que sua defesa não havia me convencido. Um texto explicativo, escrito por um grupo de advogados, mas lido com muita pausa dando ao ouvinte a idéia de medo de errar em tudo que estava sendo dito. Deu no que deu e foi cassado. Qual a alegação dos vereadores? Eles alegaram que Vilagra tinha responsabilidade com as açōes do governo quando o Dr Hélio era prefeito, e dai, sua co-autoria nos crimes, tanto é que ele já foi preso em rede nacional.

Que dureza ver vereadores se valerem de trechos bíblicos usados por conveniência, para alegarem que a Câmara poderia julgar um inocente sem causa. 

Acordei, li um pouco, mas havia me esquecido do episódio da cassação, quando parei para ler um artigo do cronista Rubem Alves escrito no Correio Popular (Campinas -23/10/2005) intitulado: "Pergunte ao Bispo", onde o autor questiona sobre a legitimidade dos partidos explicando que hoje  tudo é igual. Rubem Alves diz que os políticos usam o mesmo discurso ficando difícil definir os ideários de um partido. Só aí lembrei-me do importante momento em que Campinas estava vivendo. Como disse o vereador Josias Lech , petista, não sei se ideário ou conveniente quando afirmou que este seria um dia histórico.

Realmente foi um dia histórico, em que a conveniência sobrepujou o idealismo partidário. Nao nos esquecendo que mais de um milhāo de pessoas serāo prejudicadas com esta medida. 

O povo ! Para eles nāo importa muito! Pouca gente sabia dos desfechos de ontem, somente uma parcela ínfima da população acompanhou este desdobramento. 29 vereadores decidiram que teremos que, em menos de um ano ir ás urnas duas vezes para escolhermos os novos prefeitos. Uma para os próximos dias e outra no pleito eleitoral em outubro de 2012.

Se há interesses partidários nesta cassação? Veja o que diz Rubem Alves e aí eu encerro minhas considerações. "Se, vez por outra, celebram-se alianças, não é por convergências ideológicas mas por conveniências eleitorais. Cada eleição é um grande “Campeonato Brasileiro” em que cada time quer ganhar a taça. Quem ganha uma taça se assenta no poder, até que venha o novo campeonato".


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