segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Propostas tentam proibir união gay




AGÊNCIA BRASIL
Estudo do Núcleo de Pesquisa de Gênero, da Unicamp, foi apresentado na 2ª Conferência Nacional de Políticas Públicas de LGBT
Dados fazem parte de estudo do Ministério da Justiça. Bancadas religiosas não aceitam união gay como família
Brasília. O Congresso Nacional registrou, de 1969 até o mês de novembro deste ano, 97 propostas relacionadas aos direitos de homossexuais, segundo mostram dados de um estudo feito pelo Núcleo de Pesquisas de Gênero da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O levantamento foi encomendado pelo Ministério da Justiça.

Das 97 propostas, oito estão em andamento e visam proibir a união entre pessoas do mesmo sexo. Em maio deste ano, por falta de uma lei sobre o tema, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união estável entre homossexuais.

Os dados do levantamento foram divulgados pelo governo brasileiro na última sexta-feira durante a 2ª Conferência Nacional de Políticas Públicas e Direitos Humanos de LGBT, que terminou ontem em Brasília.

O levantamento analisou decisões judiciais, projetos de lei e portarias do Executivo que trataram de questões relacionadas aos homossexuais. Além das 97 propostas no Congresso em pouco mais de 40 anos, no Judiciário foram identificadas 391 decisões de tribunais superiores sobre o tema, entre 1976 e 2011. No Poder Executivo, desde 1995, foram editados 54 atos normativos que tratavam de políticas públicas envolvendo a população gay.

Conforme o estudo, há projetos que pedem que a relação entre pessoas do mesmo sexo não seja considerada como entidade familiar e que proíbem adoção de crianças por homossexuais. Há proposições que criminalizam a discriminação em locais de trabalho e projetos que visam a educação para evitar prática de bullying.

Para a pesquisadora da Unicamp, Rosa Oliveira, que coordenou o estudo feito em parceria com a Secretaria de Reforma do Judiciário, os dados mostram que o Legislativo é o poder menos atuante em relação aos direitos dos homossexuais.

O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), da Frente Parlamentar Evangélica, afirma que o impasse no Congresso sobre o tema existe porque as bancadas religiosas não aceitam reconhecer a união entre pessoas do mesmo sexo como família.

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